21 abril 2007

Ana Carolina Reston

Este poema foi composto quando a jovem modelo Ana Carolina Reston, que morava aqui em Campinas, morreu em decorrência de anorexia. Eu não a conheci pessoalmente, mas, uma curiosidade mórbida, causada por uma notícia sobre perfis de gente morta, fez com que eu fosse olhar o dela no orkut, essa bobagem da moda virtual, mas que tem esse poder de superar a morte, dando-nos uma sobrevida que, às vezes, pode até inspirar um poema.

Abraços.


Para Carolina Reston

Morreu menina-mulher beleza-clichê
(Como a que acabei de dizer)
por/que (?)
era
linda
e uma vez tendo sido
fora condenada a sê-lo
até o último dia de seu átimo de vida
linda
por/que (?)
não havia e jamais haveria
outro sentido a não ser o de ser
linda
por/que (?)
cria sempre no que todos lhe diziam
que estava (perpetuamente)
linda
por/que (?)
não havia outra função
a não ser a de ser
linda
por/que (?)
convencida de que para viver
a razão que lhe bastaria seria a de ser
linda
por/que (?)
morrer só pelo motivo de ser
linda
por/que(?)
vida que tinha uma só baliza a de ser
linda
por/que (?)
então sobreviver
para que
a não ser para ser
linda
por/quê (?)
pouca carne e comida
quarenta quilos de beleza para ser
linda
por/que (?)
vida que fervia cedo interrompida
para ser para sempre
linda
por/que (?)
fez-se sábia saiu por cima
morreu
linda
por/que (?)

não se abatia nem enfraquecia
era
linda
e de beleza se nutria para ser
linda
por/que (?)
o sentido que lhe dava a vida
por ele ela não seria
posta de lado esquecida
acabou de acontecer
cumpriu com perfeição
a função de não ser
outra coisa
se/não
li
n.
d.
a.
(Elcio Domingues)

19 abril 2007

"A arte é uma mentira que diz a verdade."
(Pablo Picasso)

16 abril 2007

Telhados de Vidro...

"Se nós não tivéssemos

defeitos,

não teríamos tanto prazer

em notá-los nos outros".

(La Rochefoucauld)

07 abril 2007

De Sementes...

"A neve e a tempestade matam as flores, mas nada podem contra as sementes."
(Khalil Gibran)