28 junho 2007

Kátia Borges II

Hoje, alguns insistem em chamar as mulheres que compõem Poesia de poetas. Elas mesmas parecem gostar disso. Eu prefiro chamá-las de poetisas. Gosto dessa distinção de gêneros e, embora eu seja refratário às religiões, sinto uma certa aproximação do termo com sacerdotisa, que nos remete ao sagrado, esse sentimento instintivo que nos ocupa, mas isso é um outro assunto e não é o motivo que me trouxe aqui hoje.

Bem, vim para homenagear uma amiga que é virtual, mas por quem tenho grande carinho (Ela sabe que o post de hoje é pra ela e isso basta, SEUS CURIOSOS! rs). E resolvi fazê-lo com um poema de uma poetisa que aprendi recentemente a admirar, porque ela tem o que de mais genuíno há na boa e autêntica arte: simplicidade, beleza e encantamento do leitor. Essa poetisa é Kátia Borges. Talentosíssima!

Pra mim, o amor é exatamente isso, que Kátia sintetizou no poema que lhes ofereço a seguir.

Abraços e amem sempre, porque só o ódio pode nos constranger.

Elcio Domingues.


Amor

Por todo o caminho, te levo comigo,
como quem carrega o próprio coração nas mãos, pulsando.
Como quem bebe um vinho precioso,
deixando que o líquido se espalhe e molhe o rosto.
Por todo o caminho, te levo comigo,
como quem arranca um punhado de mato e põe no bolso,
só para sentir a raiz entre os dedos.
Te levo comigo, sobre os ombros,
até o alto da mais alta das montanhas.

(Kátia Borges)

01 junho 2007

De Henry Miller

"...Existe algum poeta visível, de quinta magnitude ao menos ? Não vejo nenhum. Não chamo de poeta quem apenas faz versos, com ou sem rima. Para mim, o poeta é aquele homem capaz de alterar profundamente o mundo. Se houver um poeta desses vivendo entre nós, que se proclame. Que levante a voz ! Mas terá que ser uma voz que possa abafar o estrondo da bomba. E que use uma linguagem que derreta os corações humanos, que faça borbulhar o sangue".

(Henry Miller em "A Hora dos Assassinos")

Abraços!